A pintura com aquarela faz parte do meu momento de descanso, gosto da delicadeza de manuseá-la, da transparência e luz de sua tinta, da dança das cores junto a água e da suavidade que transmite. Quando me deparei com atividade que nosso material pedagógico propõe, fiquei feliz em compartilhar algo tão meu com aqueles que estão descobrindo o mundo e eu seria a responsável em cativá-los. Então decidi que primeiro apresentaria meus desenhos às crianças e em seguida minha palheta de aquarela.
A reação dos pequenos foi muito gostosa, olhinhos de surpresa, risadas de alguns desenhos, perguntas de como consegui pintar daquele jeito e até a frase, “você caprichou no seu desenho né Pô”.
Então apresentei a palheta de aquarela que aguçou a curiosidade das crianças, “como vai sair cor desses pedacinhos de cores” perguntou Júlia 5 anos, passavam os dedos e nada de transferir a cor para as mãos curiosas. Os pequenos observavam, investigavam riam e nada de cor. Até o momento que Manu 3 anos, colocou o dedo na boca e passou na pastilha, em meios de gritos e mais risos dizia: “Achei, eu achei a cor, é só por o dedo na boca e passar na aquarela”. Expliquei que essa foi uma boa descoberta, mas teria uma forma mais fácil em manuseá-la. Murilo 5 anos respondeu: “Vamos jogar água!!!!” e muitos risos.
E assim foi feita a descoberta da aquarela em nossa turma.
Nos dias seguintes exploramos diversas possibilidades da técnica como se fosse uma experiência, observamos o movimento das cores, as manchas, os tons, o controle de quantidade de água, foram feitos muitos testes, comparações e descobertas. Chegamos a uma conclusão: Se usar muita água podemos rasgar o papel.
A cada contato e a possibilidade de explorar o material as crianças aprenderam a manusear a técnica com liberdade e suavidade, contribuindo no ganho de gestos de segurança e autenticidade ao criar.
Carolina Seminário